Interoperabilidade entre hospitais militares resulta no sucesso de cirurgia em Belém
Belém (PA) - A interoperabilidade entre hospitais militares resultou no sucesso de uma cirurgia realizada neste mês de maio, em Belém. O caso, considerado complexo, envolveu o paciente Milton Primo, Suboficial (SO) da reserva e usuário do Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU). Aos 83 anos, ele foi submetido a um procedimento realizado por um cirurgião vascular da Marinha do Brasil, nas dependências do Hospital do Exército. Pela primeira vez, no Pará, as três Forças Armadas estiveram unidas para solucionar um caso relacionado à área da saúde.
Em situação habitual, a cirurgia seria realizada no Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG), localizado no Rio de Janeiro, considerada a Organização de Saúde da Aeronáutica (OSA) de maior complexidade do SISAU. No entanto, a manobra ia requerer o deslocamento do paciente e de um acompanhante da capital paraense até o Rio de Janeiro, e, por conseguinte, a descentralização de outros recursos para a garantia do transporte. Além disso, afastaria um paciente idoso do convívio familiar, aspecto importante a ser observado no processo de recuperação.
A solução para tal foi realizar a cirurgia nas dependências do Hospital Geral de Belém (H Ge Belém), vinculado à 8ª Região Militar (8ª RM), devido à oferta de um arco cirúrgico com os recursos tecnológicos essenciais para cirurgias vasculares mais complexas. Para o êxito do caso, somou-se ainda a ajuda do HFAG, na cessão dos insumos utilizados na assistência à saúde.
O procedimento bem sucedido foi executado pelo cirurgião vascular do Hospital Naval de Belém (HNBE), CC Md Alexandre Inacio Moreira Coutinho. Com larga experiência na área e efetivado na cidade há dez meses, o militar vem apoiando o Hospital de Aeronáutica em Belém (HABE) e o H Ge Belém, em suas demandas relativas à especialidade cardiovascular. “Para resolver esse caso complexo em paciente com isquemia cerebral transitória, devido estenose crítica na artéria carótida interna esquerda, realizamos Angioplastia de Carótida interna esquerda com implante de Stent sem intercorrências”, afirmou.
Após uma semana da realização do procedimento, o Suboficial segue em casa as recomendações médicas para recuperação. “Eu estou bem, quero agradecer muito mesmo a acolhida que eu tive, o grau de profissionalismo e calor humano que me deixou sensibilizado”, revelou o SO Primo em vídeo divulgado pela família. Os cuidados agora refletem a gratidão pelo atendimento prestado. “Houve uma grande mobilização dos médicos para que fosse realizada a cirurgia, que foi um sucesso Graças a Deus e ao empenho de toda equipe. Para nós, familiares, foi uma enorme satisfação. Ele diz que quando chegou ao Hospital do Exército ficou até emocionado com o atendimento, parecia que todos já o conheciam. Foi recebido com muito carinho e atenção”, destacou a familiar Erlen Monteiro.
Além de vencer as limitações impostas pela distância entre Belém e as cidades dos hospitais de maior complexidade, a soma de capacidades operativas aumenta a resolubilidade dos casos e fomenta a economia para os sistemas de saúde, como explica a diretora do H Ge Belém, TC Dinalva. “Quando conseguimos reunir nossas capacidades nos tornamos mais resolutivos na prestação de uma assistência médica mais complexa em uma Guarnição, onde a distância geográfica dos grandes centros contribui para a limitação desse atendimento. Essa interoperabilidade vem justamente para mitigar esses óbices e proporcionar um aumento da capacidade resolutiva de cada Força e economia para ambos os serviços de saúde em prol dos nossos usuários”, finalizou a diretora.
Imagem: HABE
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