Militares da Primeira Turma de Oficiais Logísticas Mulheres do Exército servem em Belém
Belém (PA) – No início do mês de fevereiro do corrente, a Aspirante Sarah Cassani Leite, 22 anos, e a Aspirante Maria Eduarda de Melo Silva, 22 anos, se apresentaram respectivamente, no 8º Depósito de Suprimentos, e no Parque Regional de Manutenção 8, organizações militares sediadas em Belém. As militares fazem parte da turma pioneira de oficiais logísticas mulheres do Exército Brasileiro.
2021 foi um ano Histórico do Exército Brasileiro, a formação da primeira turma de oficiais logísticas mulheres é um marco para a Força Terrestre. Elas terão a oportunidade de seguir a carreira de oficial, alcançar a maior patente da corporação, tornando-se generais, e até mesmo ir à guerras combater pela defesa do país.
As mulheres dessa primeira turma poderão optar entre as áreas de Intendência e Material Bélico. É o caso das Aspirantes Sarah e Eduarda Melo, que agora após, a formação na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), são graduadas em Ciências Militares, e especializadas na área de Intendência, que atua na parte logística, distribuição de materiais, uniformes, equipamentos individuais, operando também com gêneros alimentícios, serviços de lavanderia e banho.
Para a Aspirante Eduarda Melo, a principal motivação para ingressar na carreira militar foi o pai e o avô, que são militares, ela ressalta que os pilares do Exército, hierarquia e disciplina, são herança de berço, e muito exaltados por ela e sua família. Já para a Aspirante Sarah, a motivação surgiu primeiro na mãe, responsável pela sua inscrição no concurso, ela que não é filha, nem parente de militares. A militar conta que está sendo a melhor experiência de sua vida, ela almeja dar o melhor de si e fazer a diferença nesses próximos 2 (dois) anos que servirá aqui em Belém.
Formação
No dia 17 de fevereiro de 2017 iniciou a formação da primeira turma de mulheres logísticas do Exército na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, totalizando 446 jovens, sendo 40 mulheres, entre 16 e 21 anos, todos aprovadas após um rigorosa seleção, com exame intelectual, inspeção de saúde e exame de aptidão física, além de uma fase de adaptação. O curso na EsPCEx, dura 46 semanas, é a etapa inicial da formação dos oficiais combatentes da Força Terrestre.
Após esse período de preparação em Campinas, se obtiverem rendimento satisfatório, os alunos poderão ingressar como cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), onde escolherão qual carreira militar seguirão, tendo início, assim, a mais quatro anos de treinamento.
Na EsPCEx e na AMAN, rapazes e moças tiveram a mesma rotina de estudos e práticas, que inclui técnicas militares, como ordem unida, regulamentos e normas do Exército, armamentos, topografia e orientação, idiomas e treinamento físico.
Mulheres no Exército
As mulheres ingressaram oficialmente no Exército Brasileiro em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. A Força Expedicionária Brasileira contou com 73 enfermeiras. Já em 1992, a primeira turma de mulheres foi matriculada na Escola de Administração do Exército, atual Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), instituição que forma os oficiais do Quadro Complementar, em Salvador (BA).
O Instituto Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro (RJ), teve mulheres integrando as turmas a partir de 1997, para o Quadro de Engenheiros Militares (QEM). No mesmo ano, a Escola de Saúde do Exército (EsSEx), também no Rio de Janeiro, formou a primeira turma de oficiais médicas, dentistas, farmacêuticas.
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